Maracanã é o Terceiro Estádio do Mundo que Mais Consumiu Dinheiro Público: R$ 1,45 Bilhão
- GRUPO 1
- 4 de jun. de 2016
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O novo Maracanã é um dos estádios que mais consumiram dinheiro público Foto: Erica Ramalho / O Globo
Lucas Calil
Após 63 anos de administração pública, o Maracanã será gerido (e bancado) pela iniciativa privada. Ontem, a secretaria estadual de Casa Civil concluiu o processo de licitação do estádio e declarou vencedor — como esperado — o Consórcio Maracanã S/A, formado pelas empresas Odebrecht, IMX e AEG. O grupo, pelos próximos 35 anos, ganha de presente um complexo que consumiu R$ 1,45 bilhão em recursos públicos ao longo da última década e está entre os dez mais caros do planeta. Em volume de dinheiro estatal, só perde para duas arenas: o Yankee Stadium, em Nova York, e o estádio olímpico de Londres.
Satisfeito com o resultado da licitação, o secretário de Casa Civil, Régis Fichtner, afirmou ontem que o preço final da reforma do Maracanã para a Copa de 2014, estipulado oficialmente em R$ 1,05 bilhão (fora investimentos públicos associados), é normal se comparado ao de outros estádios modernos erguidos mundo afora.
De fato, mas não são muitos, sobretudo quando se considera que grande parte do investimento em arenas esportivas é feito por grupos privados, que vendem camarotes e negociam patrocínios para pagar empréstimos e reduzir a despesa pública.
— Vocês (jornalistas) podem pesquisar. Verão que o custo (de reformas como a do Maracanã) é esse mesmo — disse Fichtner, que atribuiu à não demolição do antigo Maracanã o elevado valor da obra: — É ainda mais caro reconstruir do que demolir e fazer um estádio novo.
No caso do novo Maracanã, após uma injeção bilionária, o governo receberá de volta R$ 5,5 milhões mensais e R$ 594 milhões em obras de reconstrução no entorno. Porém, o faturamento comercial com o estádio — o Ministério Público, em estudo, calcula que serão R$ 2 bilhões de lucro em 35 anos — ficará com o consórcio.
Com o aditivo final de R$ 200 milhões autorizado pelo governo do Estado no começo da semana, o Maracanã fecha a conta da reforma e ultrapassa o estádio Mané Garrincha, em Brasília, como o mais caro da Copa de 2014. Entre 2005 e 2007, o governo do Estado aplicou mais R$ 260 milhões em reformas no estádio e no Maracanãzinho para receber os Jogos Pan-Americanos de 2007.
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